O preço dos ovos no Brasil registrou um aumento de até 50% em diversas regiões desde o início de janeiro de 2025, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Essa elevação significativa impacta diretamente o orçamento das famílias brasileiras e gera preocupações no governo federal.
A alta nos preços é atribuída a vários fatores. Inicialmente, a migração dos consumidores para os ovos como alternativa às carnes bovina, suína e de frango, cujos preços também subiram, resultou em um aumento na demanda pelo produto. Além disso, a proximidade da Quaresma, período em que tradicionalmente há maior consumo de ovos, sugere uma tendência de novos aumentos nos preços.
Outro fator determinante é o aumento nos custos de produção. O preço do milho, principal componente da ração das galinhas, tem subido desde o segundo semestre de 2024, elevando os custos para os produtores. Paralelamente, a onda de calor que atinge o país afeta a produtividade das galinhas, que tendem a produzir menos ovos sob temperaturas elevadas.
O impacto dessa alta nos preços dos alimentos reflete-se na popularidade do governo. A escalada nos custos de itens básicos gera descontentamento na população, que enfrenta dificuldades para manter uma alimentação equilibrada dentro do orçamento familiar. Especialistas alertam que, enquanto os preços permanecerem elevados, a insatisfação popular pode influenciar negativamente a percepção da gestão atual.
Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a intenção de se reunir com representantes do setor atacadista para discutir medidas que possam conter a alta nos preços dos ovos e minimizar o impacto no bolso dos consumidores. Enquanto soluções não são implementadas, a orientação para os consumidores é pesquisar preços e evitar estocar o produto, considerando sua validade limitada.
A expectativa é que, com a redução das temperaturas e a adaptação dos produtores aos custos elevados, os preços dos ovos possam começar a recuar a partir do final de abril. No entanto, até que medidas efetivas sejam adotadas, tanto consumidores quanto o governo enfrentam desafios para lidar com os efeitos dessa alta nos preços dos alimentos. – do Portal Marília