O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta desafios significativos na comunicação digital, o que motivou a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom). A decisão, anunciada nesta terça-feira (7), busca responder às críticas sobre a ineficácia da estratégia do governo, principalmente no campo digital, e melhorar sua conexão com a população.
Sidônio Palmeira, publicitário experiente e marqueteiro responsável pela campanha presidencial de Lula em 2022, destacou em suas primeiras declarações como futuro ministro a necessidade de modernizar e aprimorar a comunicação digital. “Tem uma observação também na parte digital, que as pessoas colocam, alguns dizem assim até que é analógico. Acho que a gente precisa evoluir nisso. Já é um início, mas precisa ter uma evolução”, afirmou Sidônio em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, ao lado de Pimenta.
A troca de comando já vinha sendo discutida desde o final de 2024, mas foi oficializada após reunião entre Lula e os envolvidos na manhã desta terça. A transição começou no dia 6, e a posse de Sidônio está prevista para o início da próxima semana. A mudança também responde a críticas internas, incluindo as do próprio presidente, que, em dezembro, sinalizou publicamente sua insatisfação com o desempenho da Secom.
Críticas
A comunicação do governo tem sido alvo de questionamentos desde o ano passado, com lideranças do PT e aliados apontando falhas na transmissão de mensagens e na presença digital. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ressaltou que há um “problema grave de comunicação” que impactou até mesmo a economia. “Temos que nos comunicar melhor, e venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser coerente e resoluto, não podemos deixar brechas para os resultados que queremos atingir”, declarou Haddad.
Sidônio, em resposta, afirmou que a comunicação não é responsabilidade exclusiva da Secom. “Comunicação é no governo como um todo. Porque tem a política, tem a gestão e tem a comunicação. Esses três entes são interligados, são transversais, e é importante que isso aconteça”, destacou. Ele também enfatizou que seu desafio será alinhar as expectativas do governo, da gestão e da percepção popular.
Perfil e Trajetória de Sidônio Palmeira
Sidônio iniciou sua carreira no marketing político em seu estado natal, a Bahia, coordenando a campanha de Lídice da Mata à Prefeitura de Salvador, em 1992. Em 2006, foi o responsável pela campanha vitoriosa de Jaques Wagner ao governo baiano, marcando o fim da hegemonia do carlismo. Desde então, trabalhou em campanhas do PT no estado, incluindo as de Rui Costa ao governo. Em 2022, Sidônio foi convidado para coordenar a campanha presidencial de Lula e, desde então, tornou-se um dos conselheiros de confiança do presidente, não apenas em comunicação, mas também em decisões políticas.
Mudança Estratégica na Comunicação
A decisão de colocar Sidônio à frente da Secom reflete a preocupação do governo com a dominância da oposição, especialmente da direita, nas redes sociais. O ambiente digital tem sido amplamente utilizado por adversários para fortalecer narrativas contrárias ao governo, deixando a gestão Lula em desvantagem nesse espaço. A nova liderança busca reverter essa situação, modernizar a estratégia e garantir maior eficácia na disseminação de mensagens e no engajamento popular.