O portal de notícias Agora Interior revelou que a visita do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prevista para ocorrer na próxima terça-feira, dia 30 de abril, em Marília, foi inesperadamente cancelada.
Apesar de não haver uma confirmação oficial, o veículo afirma que o contexto político, que envolve a ligação de apoiadores antagonistas no âmbito local e a indefinição do candidato do grupo político do atual prefeito, podem estar por trás do cancelamento da visita de Tarcísio.
A agenda do governador incluía compromissos importantes nas áreas de habitação, saúde e infraestrutura.
Tarcísio deveria iniciar sua visita com a entrega de residências construídas em parceria entre a construtora Pacaembu e o projeto Casa Paulista. Além disso, estava programada uma vistoria ao novo Hospital da Mulher e a assinatura da ordem de serviço para a extensão da rodovia Castelo Branco (SP 280), projetos significativos para o desenvolvimento da região.
Nem o Governo de São Paulo e nem a Prefeitura de Marília, que chegou a divulgar a programação da visita de Tarcísio de Freitas, a cidade, se pronunciaram oficialmente sobre o cancelamento até o momento.
A falta de uma declaração oficial aumenta as especulações em torno dos motivos políticos que podem ter influenciado a decisão de cancelar os compromissos previstos.
Cenário eleitoral em Marília é complexo para Tarcísio
Em Marília, o cenário eleitoral se desenha como um desafio para o governador, dada a acirrada disputa por seu apoio ou, no mínimo, sua neutralidade nas eleições municipais.
Recentemente filiado ao Republicanos, legenda de Tarcísio, o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nascimento, lançou sua pré-candidatura à prefeitura. A intenção de Nascimento de entrar na corrida eleitoral adiciona uma nova dimensão ao jogo político, especialmente quando consideramos a existência de grupos antagonistas que podem restringir a participação ativa de Tarcísio no pleito municipal no momento atual.
Questionado pelo Portal Marília, Eduardo Nascimento fez questão de frisar que representa a candidatura do partido e do governador na cidade e que obviamente espera receber o apoio. Porém, Nascimento disse que compreende o jogo político, uma vez que os dois deputados de Marília são da base de apoio de Tarcísio na Assembleia Legislativa.
Outra personagem no contexto eleitoral é Dani Alonso, deputada estadual pelo PL e filha do atual prefeito Daniel Alonso, também do PL. Integrante da base de apoio do governo estadual na Alesp, ela está ativamente envolvida nos bastidores políticos, buscando o engajamento do governador na campanha do candidato que representará seu grupo político na sucessão municipal. Uma vez que a mudança de partido de seu pai, Daniel Alonso, para o PL foi uma manobra estratégica visando conquistar o apoio dos eleitores e líderes alinhados ao bolsonarismo, como é o caso do governador Tarcísio.
Além disso, Vinícius Camarinha, do PSDB, veterano deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Marília, mantém uma relação política estreita com o governador desde o segundo turno das eleições de 2022. Vinícius, que lidera a Federação PSDB/Cidadania na Alesp, além de fazer parte pessoalmente da base de apoio de Tarcísio, exerce influência significativa sobre os votos de outros parlamentares, ampliando seu poder político e, por extensão, sua importância para o governador, que depende de votos para a aprovação de projetos de lei essenciais para a sua gestão.
História pode se repetir
O cenário político eleitoral pode estar prestes a se repetir em Marília. O atual prefeito, Daniel Alonso, hoje no PL, já enfrentou situações semelhantes em eleições anteriores, especialmente no que diz respeito ao apoio político do governador de São Paulo. Mesmo tendo sido parte do PSDB, partido que comandava o estado, a ausência de engajamento do Palácio dos Bandeirantes em suas campanhas foi notória. Esse distanciamento pode ser explicado pela atuação de Vinícius Camarinha, adversário político local, que à época já mantinha uma posição de influência junto ao governo estadual.
Cálculo político
A presença do governador em Marília durante o ano eleitoral pode, sem dúvida, colocá-lo em uma posição delicada, tornando-o alvo de uma contenda política que tem o potencial de prejudicar sua relação com os diversos apoiadores citados e suas bases. A escolha entre o envolvimento direto e a neutralidade é um dilema que requer uma decisão calculada, assim como seus posicionamentos e gestos políticos em uma eventual visita a cidade. – Do Portal Marília